MORTAL
O que mais se pode fazer
Nestes últimos dias que se seguem?
Sou apenas um mero mortal
Que a qualquer momento pode cair...
Posso nunca mais abrir os olhos
Para contemplar as maravilhas
Que agora ainda posso enxergar,
Hei de voltar ao pó;
Hei de devolver o fôlego
Que me foi emprestado...
Nascido mortal para morrer
Neste mundo de tanta angústia,
Onde os homens que se odeiam
E se açoitam constantemente...
O que posso esperar de tão plausível
Nesta época em que os acontecimentos
Ocorrem de forma inesperada?
Mo meio deste turbilhão eu estou!
Correrei para não senti frio;
Correrei fugindo das dores;
Correrei para encontrar-me livre;
Correrei desesperado para não morrer.
O tempo nunca muda nas estações,
Sempre haverá frio;
Sempre haverá calor;
Sempre haverá flores...
O homem está sempre mudando de opinião,
Está sempre inconformado com algo,
Motivo este para fazer o que bem entender,
Expressando todo o seu ódio...
Já posso ver os últimos dias se aproximarem,
Os fatos estão mais visíveis que a escuridão...
As pesquisas avançam sem terem um rumo certo,
Enquanto o homem conquista o seu espaço
Que lhe é devido neste mundo de hipocrisia,
Demasiando que tudo pode está ao seu alcance...
Nascido mortal para morrer...
Deixe os mortos enterrarem os mortos,
Sem ao menos ter vivido n’um paraíso,
Olhemos para a vida que um dia morreu,
Para a vida que nos dá vida,
Mesmo mortos estaremos vivos.
Nascido mortal para morrer,
Devolvendo o fôlego que me foi emprestado...