CASAL DEVASSO.

Aquela união era impossível,

Já diziam os imundos vizinhos.

O amor estava distante, depois do infinito.

O casal se cumprimentava aos gritos,

Eles odiavam-se, brigavam o dia inteiro;

Discutiam por coisas banais,

Atracavam-se até por dinheiro.

Suas vidas eram bem parecidas,

Ambos mergulhados na bebida.

Ele, com o salário beijava outras bocas.

No sexo, chamava a amante de sua mulher.

Ela, estirada nas camas da vida,

Sentia prazer com outro qualquer.

Perfaziam um casal por demais devasso.

Eram ciumentos e possessivos;

Ela, um dia teve um lindo filho.

Ele, indiferente não emprestou o sobrenome,

Ela, não aceitou a omissão;

Ele provou que o pai era outro homem.

Ela, após alguns anos começou a emagrecer,

Perdera o hábito de tantas traições.

Ele sentia-se doente sem compreender.

Raquítica ela deixou a vida tragicamente.

Com a morte o vírus foi detectado.

O HIV estava muito avançado.

Sentindo dores e começando a emagrecer,

Ele morreu chateado por estar contaminado

Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 18/07/2005
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