CASAL DEVASSO.
Aquela união era impossível,
Já diziam os imundos vizinhos.
O amor estava distante, depois do infinito.
O casal se cumprimentava aos gritos,
Eles odiavam-se, brigavam o dia inteiro;
Discutiam por coisas banais,
Atracavam-se até por dinheiro.
Suas vidas eram bem parecidas,
Ambos mergulhados na bebida.
Ele, com o salário beijava outras bocas.
No sexo, chamava a amante de sua mulher.
Ela, estirada nas camas da vida,
Sentia prazer com outro qualquer.
Perfaziam um casal por demais devasso.
Eram ciumentos e possessivos;
Ela, um dia teve um lindo filho.
Ele, indiferente não emprestou o sobrenome,
Ela, não aceitou a omissão;
Ele provou que o pai era outro homem.
Ela, após alguns anos começou a emagrecer,
Perdera o hábito de tantas traições.
Ele sentia-se doente sem compreender.
Raquítica ela deixou a vida tragicamente.
Com a morte o vírus foi detectado.
O HIV estava muito avançado.
Sentindo dores e começando a emagrecer,
Ele morreu chateado por estar contaminado