O Desdém Que Incomoda
Por que a busca pela felicidade me incomoda
E as pessoas
Seres vivos, seres brancos, pretos, em verde, amarelo e anil
Sempre com o fuzil na boca
Na busca
que nunca cessa
E nos engessa num ritual vil
O calhorda acaso aparece
Sacrificando o momento do cupido
E na batalha dos deuses por mais uma conquista
Quem perde, sempre
Sempre está, nunca foi, nunca será
Tudo em seu ritual casualístico, místico
Cheio de superstições
O olhar sobre o garfo na mesa
Remete a comida que está por vir
E esse instrumento tão singelo
que traz o alimento a boca retinta
Bem que podia ser usado para calar a outra
De ser passivo
A qual espero e esperarei
Algo declarado,
depravado e destemido
Estampido de cólera,
da moça que roça com o olhar a face
Disfarce de velho ventríloquo
Manipulador do boneco falho e paspalho
que aguarda
O próximo movimento
Para saciar o ego centro
Já oco em cimento fresco
Da esperança,
na lembrança daquele dia, naquele bar, em letargia
E como tudo na vida não passa de um jogo,
as peças se movimentam
e a torre, o bispo e seu cavalo.....
somem, se consomem, se esvaem.
Soçobrando o peão, mandado, direcionado e aflito
Cujo conflito sempre será
o mesmo
Um olhar na balança pra conferir o peso
O porquê da criança em desejo
E o silêncio desprezo
Do desdém
Que incomoda