O Desdém Que Incomoda

Por que a busca pela felicidade me incomoda

E as pessoas

Seres vivos, seres brancos, pretos, em verde, amarelo e anil

Sempre com o fuzil na boca

Na busca

que nunca cessa

E nos engessa num ritual vil

O calhorda acaso aparece

Sacrificando o momento do cupido

E na batalha dos deuses por mais uma conquista

Quem perde, sempre

Sempre está, nunca foi, nunca será

Tudo em seu ritual casualístico, místico

Cheio de superstições

O olhar sobre o garfo na mesa

Remete a comida que está por vir

E esse instrumento tão singelo

que traz o alimento a boca retinta

Bem que podia ser usado para calar a outra

De ser passivo

A qual espero e esperarei

Algo declarado,

depravado e destemido

Estampido de cólera,

da moça que roça com o olhar a face

Disfarce de velho ventríloquo

Manipulador do boneco falho e paspalho

que aguarda

O próximo movimento

Para saciar o ego centro

Já oco em cimento fresco

Da esperança,

na lembrança daquele dia, naquele bar, em letargia

E como tudo na vida não passa de um jogo,

as peças se movimentam

e a torre, o bispo e seu cavalo.....

somem, se consomem, se esvaem.

Soçobrando o peão, mandado, direcionado e aflito

Cujo conflito sempre será

o mesmo

Um olhar na balança pra conferir o peso

O porquê da criança em desejo

E o silêncio desprezo

Do desdém

Que incomoda

Alexandre Cardoso de Oliveira
Enviado por Alexandre Cardoso de Oliveira em 08/03/2012
Código do texto: T3542567
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