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Nesta temporada em Londres,
a próxima em Tokio.
Coisa de fabricante de poemas,
com o mesmo empenho duvidoso
de carimbadores de passaporte.
Duvido de tanta coisa,
que só entendo uma:
auto-magem apaixonada.
Basta-me apenas não começar a frase
com um pronome tão traiçoeiro.
Aí serei o que bem entenderem.
O revolucuionário em Armani,
o muso pirotécnico,
o coreógrafo do apocalipse...
O que importa é o já deixado.
O mal feito que corrijo.
Entre a dúvida e a admiração,
fico com o espanto.
So long, velha vida.