eu te imagino
eu te imagino como gozas
eu idealizo os teus gozos e sussurros
nos teus quartos escuros
às escondidas com tuas mulheres
que eu tanto queria tê-las
de vertigens nos meus braços
como tu fazes com as tuas putas
sádicas, volúveis e vadias
e as vejo com caras de tez
saciadas, livres e lavadas
com os prazeres que tu proporcionas
a todas elas
como o leão na selva, molhado pela tua volúpia
pelo teu cio, pelo teu escândalo de ter tuas fêmeas
por entre os teus másculos músculos
por entre tuas coxas e pernas grossas
e bunda maçica, roliça
e tuas costas largas
e tua pele macia
e teus olhos funis, azulados de negros que são
comi as tuas putas
todas elas
mas percebi a falta de teus atributos
que elas não viram em mim...
e com esse déficit que míngua rios
a secarem em minh'alma
o peso do não ter voce como suborno,
como álibi, dublé de mim
e não percebo a loucura
de querer ser o que eu não sou
perante a divindade do quem voce é com tuas mulheres
pelas esquinas largas dos teus prazeres infinitos
diante da finitude de mim mesmo face a face
as tuas loucuras como macho
como deus-prostituto
como menino-grande-homem
como vagabundo de tuas noites
e os restos de mim mesmo
perante os meus sobejos
causados pelos equívocos
e da miopia do meu olhar segredo-sagrado
bastardo e absoluto
e me estilhaçar nos esconderijos
da minha alma que eu mesmo
covardemente construir