FUGA
Deixei um beijo na varanda,
a lua cheia no jardim.
Peguei um porre com Quintana.
Ouvi Vinícius e Jobim.
Tirei meu ego do estandarte,
contra meu anjo blasfemei.
Murmurei coisas sem sentido,
minha libido torturei.
Fechei o leque do meu riso,
sentenciando tua ausência,
o teu olhar se fez preciso.
Tranquei a porta, de repente,
ante a tamanha reverência,
e permaneço indeciso.
Saulo Campos – Itabira MG