ESTÁTICO
A única maneira que encontro
É a imaginação de fingir que tudo isso se transformará
Em livros, memórias;
Daí sacrifico minha vida
Que não precisava ser sacrificada
Apenas escrita de modo proveitoso
Encontro respostas que eu mesmo invento
Me conforto, me condeno
A dualidade se faz em mim
Eu sou o certo e o oposto
A vontade e o retrocesso
A mágoa, a raiva e o desespero
Imutável
Desconstruo meu raciocínio,
Me perco na invenção deturpada
Esqueço ao mesmo tempo que lembro
E fico paralisado, como estátua no gelo.
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Extraído do livro: SURTO POLIGRÂMICO, disponível para download na seção e-livros.