Não sei onde andam aquelas coisas bonitas dos meus pensamentos,
esgueiram-se, talvez, por entre as sombras dos prédios da cidade,
dançam por entre os troncos das árvores,
esvoaçam
e a um só tempo são e não são...
E a minha paisagem favorita é um olhar perdido no cais...
Acordei de haver sonhado este poema
este que vim arrastando violentamente pela rua.
E o tinha arrancado das prisões do esquecimento
para trazer para a luz deste momento.
E sei que devia haver um poço bem fundo
onde as belas palavras perdidas fossem cair,
todas elas, mesmo as esquecidas,
as mortas e as não mais proferidas,
as malditas: as minhas palavras preferidas.
Essa vontade de rir é nada,
essa vontade de ser (de viver) também é nada,
essa vontade de seguir em frente é nada também,
essa vontade qualquer de ter qualquer vontade
é menos ainda que nada...
mesmo essa pretensa vontade de poesia é nada,
é a distração entre um pensamento vão e outro,
é o subir e o descer de palavras no fundo do poço...
Resta de tudo muito pouco,
a contemplação inconsciente de que tudo dói,
de que tudo corrói o que se acabou de construir,
que tudo asfixia o que se acabou de plantar
e é a vida ela mesma esse prazer e essa dor
essa consciência do inconsciente não saber.
É a vida que sempre luta tanto para não ser...
esgueiram-se, talvez, por entre as sombras dos prédios da cidade,
dançam por entre os troncos das árvores,
esvoaçam
e a um só tempo são e não são...
E a minha paisagem favorita é um olhar perdido no cais...
Acordei de haver sonhado este poema
este que vim arrastando violentamente pela rua.
E o tinha arrancado das prisões do esquecimento
para trazer para a luz deste momento.
E sei que devia haver um poço bem fundo
onde as belas palavras perdidas fossem cair,
todas elas, mesmo as esquecidas,
as mortas e as não mais proferidas,
as malditas: as minhas palavras preferidas.
Essa vontade de rir é nada,
essa vontade de ser (de viver) também é nada,
essa vontade de seguir em frente é nada também,
essa vontade qualquer de ter qualquer vontade
é menos ainda que nada...
mesmo essa pretensa vontade de poesia é nada,
é a distração entre um pensamento vão e outro,
é o subir e o descer de palavras no fundo do poço...
Resta de tudo muito pouco,
a contemplação inconsciente de que tudo dói,
de que tudo corrói o que se acabou de construir,
que tudo asfixia o que se acabou de plantar
e é a vida ela mesma esse prazer e essa dor
essa consciência do inconsciente não saber.
É a vida que sempre luta tanto para não ser...