DE QUE VALE
GILBERTO BRAZ ALMEIDA
De que vale
ter folhas verdes e mimosas
ser um pé de rosa no jardim,
sem nunca dar uma rosa...
Ser vítima dos próprios espinhos.
De que vale
um palácio de fantasia
ser um rei improvisado...
Quando colher frutos
de uma lição aprendida,
vale mais,
muito mais,
que usar uma roupa nova.
De que vale
a juventude moderna,
os coloridos das novas emoções,
se tudo isso é nada.
Pois se vive
no labirinto do desamor,
bebendo do fel
da desilusão
e comendo do pão
da infelicidade
De que vale
bater no peito e dizer:
_ Sou religioso.
Mas: Deus no céu
e o dinheiro na terra,
orações...?
Só nas horas de perigo.
De que vale
buscar o ouro e não o amor,
sendo o ouro uma substância matéria
e o amor um sentimento divinal.