INÚMERAS VIDAS

INÚMERAS VIDAS

Podemos traçar inúmeras existências numa mesma vida

Ou inúmeras vidas numa mesma existência:

A experiência platônica, virtual ou sentida,

A experiência real, diária ou corrente,

A experiência projetada na mente,

Com ou sem consciência da razão diluída...

E, se por um lado, os dias vão construindo

A noção do que sejam tantas formas de vida,

Por outro lado, as certezas podem ir sucumbindo

Entre tantos critérios que a memória elucida...

Por isso, temos inúmeras vidas numa só,

A vida que imaginamos, a vida que sentimos,

A vida em que agimos desatando o nó

Entre ficção e realidade nos caminhos,

A vida que concretizamos sem dó,

Unidos ou relativamente sozinhos...

São muitas vidas e poucas explicações,

São infinitas versões de qualquer memória,

E, no meio de nossas idealizações,

Não há muita objetividade simplória,

O que há são nossas especulações

Entre várias vidas numa mesma história...

Assim, às vezes, vemos confusão,

Idealizamos pessoas e situações,

Amamos personagens, sem saber quem são,

Projetando sombras de suposições,

E idealizamos tanto por qualquer razão,

Enquanto as vidas passam pelas multidões.

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