Sol
Os olhos abertos não vêem a verdade,
o sol brilha,
na caminhada rumo ao sol poente
a luz ofusca os olhos mas não os tira da escuridão,
queima a pele,
mas, não aquece a alma,
reflexos
nos espelhos d'água,
nas faixadas dos prédios,
no fundo do poço,
reflexos da alma,
reflexos sem rosto
de um coração endurecido,
proíbido,
de sentir,
de amar,
tal como um pássaro sem asas...
proíbido de voar...
Ah!!
SOL!!!
como desejo de ti o afago,
a carícia,
o amor em chamas e brasas,
de volta o sorriso da alma,
de volta o bater das asas,
eis que se aproxima o dia,
do clarear dos olhos,
do sorriso,
da alegria
e o grito seco
mudo
descansará no sossego
no breve sussurro
tal como a tempestade,
que por mais violenta que seja
quando grita em trovões,
relampeja
depois cala-se
morredo o desespero
nascendo a certeza
que o sol nasça
e o coração frio se aqueça