CULTIVO DE VERSOS...
Cultivo em mim
expressivo campo de versos!
Entre as linhas enfloram
magnólias brancas
em galhos quase
secos e sem folhas.
Flores de cravinas
vermelhas e lindas;
rosas de diversos
entretons, distraídas
e seduzidas pelas
sorvidas dos cuitelinhos...
Cultivo em mim
passivo roseiral de versos!
Os que passam nas barrancas
sem que os olhares desmaiem
rumo aos estrados floridos,
vivos não estão. Caminham
semelhantes a zumbis,
estão mortos e vagam;
nem merecem a magia
desses alegres colibris
que se fartam de néctar
no meu campo de versos...
Cultivo em mim
abstrativo canteiro de versos!
Os beija-flores me tecem uma rima,
a rosa se anima e floresce carmim...
Muda o clima e de cima vem à paz.
Chuva mansa na campina.
Este prado é minha estima,
a lástima de antes aqui jaz!
Tudo se eterniza, nem
o momento é fugaz!
Cultivo em mim
um (in) produtivo
campo de versos que
foi invadido pelos
cuitelos multicores!