HORAS REGRESSIVAS
GILBERTO BRAZ ALMEIDA
Tempo, tempo...
Um vento que sopra
nos meus cabelos brancos.
Um fio de areia
a correr pelas veias,
vou-me petrificando.
Tempo, tempo...
A neve dos janeiros
apresenta-se como um véu
e no céu uma nuvem branca
se faz andorinha,
leva-me peregrino
ao encontro do verão eterno.
Tempo, tempo...
No crepúsculo dos anos
no desfolhar dos dias,
nas horas regressivas,
em meio a tantas interrogações
deixo como heranças as reticências...