Com os olhos do meu espírito
Com os olhos do meu espírito
vejo ao longe
onde o infinito se dissolve,
gaivotas que dançam
estrelas que sorriem
e as ondas do mar nas barbatanas dos peixes.
subitamente mais perto
o meu olhar morre nas flores,
que choram.
Afinal não existia poesia e eu pensava que sim.
Só existia o cinzento com salpicos verdes.
Eu havia mergulhado apenas no cinzento.
Então,
abri as mãos e quando olhei
quase me saltaram as lágrimas.
Estavam cheias de nada.
Não queria acreditar
no cinzento
na ingenuidade
na mentira
que me arrancava a poesia.
Aquela gaivota continua na sua mágica dança.
Quero apenas contemplá-la.
Ao longe
onde o infinito se dissolve
com os olhos do meu espírito.