Maçãs
Colheste as maçãs de meu rosto
Na relva fria da madrugada.
Roubando-lhes a cor e o gosto
Numa vontade exacerbada
De arrebatar-me sem acanho.
Afogaste-me em teu encanto
Com hálito de de flor apanhada.
Sem raiz, sem perfume, sem nada.
Apenas de seu leito arrancada.
Eu estava dormindo,antes de sua chegada.
Protegida em meu jardim de acalanto.
Mas em uma eternidade quase inesperada
Devoraste minhas maçãs regadas
No alvorecer de meu espanto.