RECONHECIMENTO

Os poetas que morreram,

Não sei se estão me escutando,

Mas eu agradeço a todos

Que, com Deus, estão morando,

Por terem feito os caminhos,

Os quais eu vivo trilhando.

Pernambuco está chorando

A morte de Antônio Marinho,

A Paraíba soluça

Lembrando de Canhotinho

E o Ceará não esquece

De Expedito Sobrinho.

Quando emudece um pinho

O Mundo chora de dó

Assim, como o Pajeú

Chorou por Zeca Filó

E São José do Egito

Por Louro, Dimas e Jó.

O Sertão chora com dó

De Xudu, o rei da rima,

Monteiro ainda está triste

E sentindo o pesado clima

Da morte dos irmãos Pinto

E Lino Pedra Azul de Lima.

Cancão foi mestre da rima

Como fora Zé Faustino,

Quem é que não tem saudade

Do grande Zé Bernardino,

De Rogaciano Leite

E de Joaquim Vitorino?

Ercílio e João Paulino

Foi-se, cada um, num dia...

E Severino Ferreira

Foi lhes fazer companhia

Depois, a morte levou

Nosso Eliseu Ventania.

Aderaldo foi-se, um dia

Depois, Vicente Granjeiro,

José Amâncio deixou

Saudade pra Limoeiro

E Boa Viagem soluça

Por José Mota Pinheiro.

O Nordeste brasileiro

Para sempre, vai lembrar

Quem foi Josué da Cruz,

Repentista popular,

“Mané” Francisco e Cotinha

E o grande José Gaspar.

VICENTE REINALDO
Enviado por VICENTE REINALDO em 02/03/2012
Reeditado em 10/09/2019
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