Este Lobo
Este lobo,
Uivando na noite, lágrimas de som.
Arpões saindo com palavras, ou palavras com arpões.
Machucaduras sem curativos, sem memorandos,
Ferem, cortam, expõe.
E neste clima, silêncio impera,
A fala emperra,
A mão amarela.
Este lobo,
De pelagem clara e coração negro.
Uiva com os olhos dizendo enigmas e mistérios,
Não poderia ser normal, nem que quisesse.
Pois neste mundo, ele morre e se aventura,
E vive e se aventura.
Vivendo e morrendo em cada memória.
Uma vida normal e igual?
Deixa isso para os normais e iguais.