O errado e o covarde

Bem agora,

A maré bate num chapéu-de-frade,

fazendo um barulho solitário

num recanto de Boipeba

Bem agora,

Alguém acende um fogo, para abrazar sua noite

num rota esquecida, no meio do Gobi

Bem agora,

Um cachorro volta para sua casa, guiado pela Lua cheia

por entre os grotões da Chapada Diamantina

E você aí,

achando que faz a coisa certa,

se protegendo do dia-a-dia;

na esperança, que suas roupas lhes trazem;

na fé, do novo carro;

na paz que os assuntos da moda lhe guardam;

numa eterna necessidade de se justifcar

por não sei o quê...