Noite alta

Sopra o vento

Na praia úmida

Desses lábios de espuma

Atirados passivamente

Sobre o calor do leito.

Pela janela de pesada linha

Rebrilham os olhos fixos

No sedimento futuro

Onde reside o adeus

Que aceitamos,

Porém jamais admitimos

Na insolúvel quebrantação

De areia ao vento.

Os olhos de água dos sonhos,

Para viver ao teu lado

Em segredos de tons

Seguem iluminando

Galerias misteriosas

Onde flutuam luzes

Na profundidade

Espetacular da noite alta.

De luz cambiante é feito o dia

Em faixas paralelas, uniformes,

Produzindo homens

Como embarcações indecifráveis

No oceano aberto.

Noite alta.

Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 01/03/2012
Reeditado em 01/03/2012
Código do texto: T3528502
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