Noite alta
Sopra o vento
Na praia úmida
Desses lábios de espuma
Atirados passivamente
Sobre o calor do leito.
Pela janela de pesada linha
Rebrilham os olhos fixos
No sedimento futuro
Onde reside o adeus
Que aceitamos,
Porém jamais admitimos
Na insolúvel quebrantação
De areia ao vento.
Os olhos de água dos sonhos,
Para viver ao teu lado
Em segredos de tons
Seguem iluminando
Galerias misteriosas
Onde flutuam luzes
Na profundidade
Espetacular da noite alta.
De luz cambiante é feito o dia
Em faixas paralelas, uniformes,
Produzindo homens
Como embarcações indecifráveis
No oceano aberto.
Noite alta.