a triste partida

adeus, casinha azul!

outra cor haverá de cuidar

dos meus sonhos e me proteger

[da chuva

outras telhas velarão

meus tormentos

não haverá mais madrugada

pra nós: a moça se foi, chegou

minha vez

– restará doçura nas tuas paredes

azuis

perdoe a ingratidão do silêncio,

a cegueira dos gestos.

tenho boca e olhos ingratos:

só sabem chorar!

esse gemido abafado, essa faca

escavacando meu peito,

meu rosto lavado de sal,

não sejam dor – ou até sejam!

mas, acima de tudo,

ternura

tenho braços pequenos,

como dói...

tudo que eu precisava

era um abraço

de adeus

como o quarto de Manuel,

tu ficarás na eternidade...

(na minha eternidade)

dedico este poeminha à Elisiane Freitas Bandeira

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 01/03/2012
Reeditado em 01/03/2012
Código do texto: T3528294