a triste partida
adeus, casinha azul!
outra cor haverá de cuidar
dos meus sonhos e me proteger
[da chuva
outras telhas velarão
meus tormentos
não haverá mais madrugada
pra nós: a moça se foi, chegou
minha vez
– restará doçura nas tuas paredes
azuis
perdoe a ingratidão do silêncio,
a cegueira dos gestos.
tenho boca e olhos ingratos:
só sabem chorar!
esse gemido abafado, essa faca
escavacando meu peito,
meu rosto lavado de sal,
não sejam dor – ou até sejam!
mas, acima de tudo,
ternura
tenho braços pequenos,
como dói...
tudo que eu precisava
era um abraço
de adeus
como o quarto de Manuel,
tu ficarás na eternidade...
(na minha eternidade)
dedico este poeminha à Elisiane Freitas Bandeira