Poeta Solitário
Palavras, apenas palavras,
Formam os meus amores.
Esboço os sentimentos,
vozes dos meus senhores.
De um retrato imagem.
De outros, perfume e flor.
Da fé que renascerá,
hoje crio, um grande amor
Da tristeza faço reza
Da reza, minha oração.
Vou criando o amor,
em ritmo de canção
Da miséria que assisto,
descrevo os meus desejos
Invento um amor só de pão,
um outro, apenas de beijos.
Da boca ardente eu retiro,
o mel da mais pura flor.
Da língua profana ignoro,
a forma do meu amor.
Vou criando amores
e deles vou me esquecendo.
Enquanto ficam calados,
outro amor eu vou querendo
Não me canso por criar,
todo dia um grande amor.
Uns tão somente errados,
outro, cheio de esplendor
São meus versos, meus amores,
nada mais que minha vida.
Minha alma, meu penar,
meu cheiro, minha ilusão.
Minhas veias, meu coração,
que vertem do meu pensar.
Meus amores são palavras,
de uns, de outros, de cá.
Movimentos da vida de lá.
Sou poeta e andante
aqui amor venho buscar,
Mil vidas iluminei,
com meus amores no ar.
Hoje criando amor,
pus-me triste a pensar.
Tantos amores criei,
E vivo na solidão
sem ninguém
para amar
Branca Tirollo