de música e de poesia44
Não desvio o olho enquanto caminho:
não mais tenho a garantia da juventude tépida
e entorpecida. À vista de quem vai sozinho,
não risquei a pele ao cair do carro em
movimento. No retorno ao lar: teu alento,
frutas sêcas sobre a mesa
para acariciar meu paladar.
Às insônias: canção de ninar
que o vento canta ele próprio
enquanto voa no opróbrio
da noite em dor.
(Não sei quem
em mim observa. Mas se algo em todos
está a observar
é supremo o observador.)