O MAR QUE MORA EM MIM

"O mar já morou em mim

Porque eu fui o mar"

Um dia, as conchas me pediram

Para, de mãos, tomá-las

Queriam poder me falar

Dizer da razão

De sorrirem as ondas

Ao efervescer das águas

Contar-me da origem do embalo

Sinuoso das marés n’uma procissão

Às falanges dos meus pés

Que o mar quer voltar pr'a mim e

Eu quero viver o mar...

As vagas, quebrem sempre assim:

Brincadeiras de delfim

Até o grande dia d’eu voltar

Mergulhado no azul

Luzidio das almas