A cura

Tua boca em outra boca, pura, de prostituta arrependida...

tua boca insone de beijo antigo,

a minha, amarga e seca!

Tua pele em outra face:

teu riso fácil,

tua mão, fugaz!

(minha pele dormente,

minha face, vazia...)

Em tua voz, uma questão: guardei-me para ti,

ou não?

Tua mão quente em minha mão!

Conheço bem o efeito: é um bosque

umbroso

no qual não passeio

mais.

Fortaleza-CE, 16.01.2007

Gina Girão
Enviado por Gina Girão em 19/01/2007
Reeditado em 14/02/2011
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