A cura
Tua boca em outra boca, pura, de prostituta arrependida...
tua boca insone de beijo antigo,
a minha, amarga e seca!
Tua pele em outra face:
teu riso fácil,
tua mão, fugaz!
(minha pele dormente,
minha face, vazia...)
Em tua voz, uma questão: guardei-me para ti,
ou não?
Tua mão quente em minha mão!
Conheço bem o efeito: é um bosque
umbroso
no qual não passeio
mais.
Fortaleza-CE, 16.01.2007