A graça das coisas

Lembro como se fosse ontem,

a primeira subi em uma bicicleta,

primeiro segundo passo que eu dei.

Andando de uma forma eu pareci descobrir

o quanto era bom ser livre,

o quanto era bom voar.

Bem, eu cai, me machuquei,

olhei e tornei a ver o quanto doía,

no choro eu cai.

Hoje não é como andar de bicicleta,

não inventaram ainda um remédio

que me ajude a acabar com esse tédio.

É demais, surpreendente

mas apenas falando, porque vivendo,

é diferente.

Pelo menos algo é igual,

pois sempre que eu cair e me machucar,

eu posso levantar e prosseguir de novo.

Não é tão difícil como as pessoas dizem ser,

apenas é injusto,

é egoísta.

Muitas vezes eu andei sem saber pra onde,

meus amigos achavam engraçado,

eu achava sem sentido, e o sem sentido realmente é engraçado.

Mas o mais engraçado mesmo é como as coisas mudam,

andar sem roupa hoje,

dá cadeia!

Não é tão difícil como as pessoas dizem ser,

apenas é injusto,

sem sentido.

Minha avó sempre foi diferente,

em vez de bola de futebol,

seu bolinho era de formato achatado.

Faltava o pó royal,

o vizinho não tinha,

eu também não tinha, e não os culpo,

nem a minha avó, coitadinha.

Não é engraçado como as coisas parecem ser?

os ricos ainda arrancam o que os pobres não tem,

é engraçado, é irritante!

Mas o mundo não é tão ruim como as pessoas dizem ser,

é pior,

mas eu ainda não sei, ainda descubro.. talvez.. não é engraçado como as coisas são?

Isadora Bonifácio Faria
Enviado por Isadora Bonifácio Faria em 28/02/2012
Código do texto: T3525907
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