PULULAÇÃO
Eu me perco nas minhas andanças
Nesse ir e vir de todo dia
Nessa chegada com gosto de partida
Nessa partida com cara de chegada
Tem hora que acho que sou o reverso do nada
O atalho desconhecido naquela encruzilhada
Ah, eu sou assim mesmo, um enfermo
Sem remédios, sem médico, sem enfermeiro, sem leito
Cerceado pelos atropelos e desmantelos
Desse gorjeio inerente e intermitente
E se em certas horas fico instantaneamente ausente
É a condescendência da consciência fazendo um afago
Entre um trago e um estrago que trago bem no escaninho da alma pagã
No recôndito incontido de todas as possibilidades ilesas e vãs.