O atalho do menino
Caminho pela vontade de não ser quem sou!
Vou me inventando de outras formas em sonhos que não são para mim.
Porque nada mais permaneceu em mim.
Eu era mesmo uma criança que sonhava com coisas sem valor
brincando sozinho falando coisas.
Era a eternidade que cercava meu rosto de menino casula!
Puros momentos no qual o mundo parece eterno.
A brincar com os amigos por toda parte quantas aventuras!
Ia descobrindo o mundo sem amargar meus desejos.
E todos nos amigos atravessamos o tempo...
E ainda estamos com nosso tempo e com tudo que partiu!
O tempo Arrasta o tumulto claro, e a criança permanece em sua infância.
Dentro do poema na dor das palavras, das lembranças, não cabe mais
O menino! Ele pegou um atalho no tempo! E ficou escondido num canto
ditando ao homem sua alegria!
No mundo frágil! Na carne que absorve o tempo e morre!
Num coração que fotografa no escuro um futuro.
Em sua boca feita para a morte, para o silêncio dos Túmulos.
Em seus olhos feitos para o presente que se entrega.
para sua própria imagem no espelho!
No prisma diamante dentro de mim como a eternidade
que me absorve.
Ei de permanecer para sempre uma criança
Um menino disfarçado de adulto.