Rio Tietê - ( Anenska Stopensas )


      
São Paulo te conheceu
Há poucas décadas atrás,
Pelas belezas naturais,
Peixes embarcações,
São Paulo te conheceu
Há poucos tempos atrás,
Como um rio que tinha vida,
Águas claras, cristalinas,
Como olhos de menina...
Em tuas margens a mata,
Verde qual esperança,
Que logo entrou em recesso,
Não suportou o progresso...
Vieram os capitalistas,
Proliferaram indústrias...
O cristalino corrente,
Leitoso, barrento ficou,
Foi então que pela imprensa,
Todos ficaram sabendo,
Que você “Tietê” chorou...
Detritos, lama, excrementos,
Poluentes, resíduos tantos
Sufocaram os teus peixes,
Enegreceram tuas águas,
Estagnaram a canoa...
Como resposta a tudo,
Exalas odor insuportável,
Bom mesmo seria a magia
De poderes um dia gritar,
Aos surdos capitalistas,
Que mataram tuas águas
E sufocaram teus peixes...
A fauna timidamente calada
Aos poucos morreu...
A mata resignada,
A este “progresso” cedeu...
E o homem inconseqüente,
Em nome deste “progresso”
Vitima da própria arma,
Não percebe que ao matar,
Tua fauna, matas e águas,
Com eles morre também...
(Ana Stoppa)
 
 
 
Anenskas Stopensas