Alinhavos Incompletos
O “eu” disperso, jaz submerso...
Fragmentos, sonhos inacabados
Farrapos, ilusão desperdiçados
Sufocante impera desconexo
O pulsar latente do ser...
Retalhos, tiras, pedaços,
Alinhavos incompletos,
Frágeis demais no universo
Pra reunir a emoção.
Um pedacinho de paz,
Um retalhinho de amor,
Um fio apenas de esperança
Pra tecer na solidão...
As partes jamais harmônicas,
Alinhavos impossíveis,
Amanhecer nublado,
Desprovido de orvalho.
Árido do solo da fé,
De pedras não brotam sementes,
Retalhos não vedam o inverno...
Do frio que mata as almas...
Partículas microscópicas
Rondam o quebra-cabeça
De retalhos pequeninos,
Pra gerar o amor criança...
Que cresce sem ficar grande,
Que pequenino é gigante.
Que calado é sufocante,
Devaneios delirantes...
A tecer no cotidiano,
Deste frágil ser humano,
A manta que emerge calor,
Aplacando o dissabor,
Do viver, sem crer no amor...
(Ana Stoppa/10/2008, inspiração poética)