A vida passada a limpo
Repasso a vida a limpo,
Escrevo-a inteira
Em folha imaculada.
Teço outra história e outra estrada,
Concretizo sonhos,
Realizo fantasias.
E descubro exultante,
Orgulhosa da nova criatura,
Que, ao fim dessa nova tessitura,
Bani da minha trajetória
As dores e as amarguras.
Mas, na tela que se quis perfeita,
Que assim se entreteceu,
Aquela que sorri nada sabe,
Nada viveu. Não sou eu.