Flora rara

Duas razões mencionam uma importância.

A primeira é o segredo pacífico desses olhos calmos,

Férteis. A segunda são forças opostas que lutam,

Pelo delírio de calor e sal nos ralos trechos de mata.

Pertence a fotografia tua moldura e cena.

Descoberta sobre areias litorâneas.

Onde revelas os sinais visíveis

De propriedade secreta

Como na chuva as raízes.

Para desenvolver a flora rara

Exclusivamente só teu corpo dança.

Ao poder antigo das figueiras imóveis,

Detidas pelo tempo ente noções de auroras.

Baile profundo de emoção ondulatória,

Cedendo nutritivo sonho a pluma silvática.

Prenhe de vida... Como sombras aos cômoros.

Interessa teu modo físico: Estrela Dalva,

Estrela-do-mar, felicidade abundante.

Entre sensações brilhantes, vibrantes.

Quando a imaginação distraída segue

Vaga e vagamente majestosa

Concedendo brisas e folhas

Ao elemento do vento.

Tardes de suor, samambaia e descanso.

Tendo da imagem o estrelante gosto,

Das coisas que vivem em paz e êxtase.

O canto é ordem clara, aberta;

Sobre elementos isolados.

Da voz sem interesse direto.

Para falar aos arbustos de esquecimento

Dessa existência sem mangues,

Sem raízes em estacas, sem angicos.

No paralelismo comum de corpo e alma

do conjunto.

Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 26/02/2012
Reeditado em 29/02/2012
Código do texto: T3522142
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