HERDEIROS DE QUASE NADA
Aos meus amigos eu deixo
quando chegar o meu fim
um violão afinado,
a cuíca e o tamborim,
minha calça engomada,
o meu sapato engraxado,
meu chapéu de malandragem,
e a camisa de cetim,
uma canção na estrada,
onde prima a parceria,
um mote pra alegria
e muitas flores no jardim.
Pra minha filha querida,
razão da minha existência,
deixo um exemplo de vida,
que teci com paciência,
Deixo o carinho de pai,
a saudade e a lembrança,
se nada comigo vai,
pra ela deixo a esperança.
Pros demais , eu digo agora,
eu vou, mas não tenham pressa,
um dia a gente se encontra,
pra findar essa conversa.
Saulo Campos - Itabira MG