DESABAFO AO QUEIJO MINAS

Se acha meu verso triste,

não sabe nada de mim,

meu versejar só existe,

pois não retrata meu ser,

escrevo e não me transcrevo,

nem deixo em alto relevo

o meu jeito de viver.

Falo de anjos sem asas

revoando sobre as casas,

da lua cheia brilhante

colada no céu cinzento,

de coisas que às vezes sonho,

de outras tantas que invento.

na minha lida de artista,

sou pensador, trapezista,

expressando o sentimento.

Meu versejar é do povo,

seja de velho ou de novo

canto a voz do meu país.

Às vezes sou indigesto,

mas abraço meu protesto,

e sempre me manifesto

em prol dessa minha gente,

pessoas boas, gentis,

que não se acomodam e lutam

e não morrerão servis.

Eu canto a vez desse povo,

que com a voz sufocada

só quer ver a pátria amada

sendo amada de verdade,

por isso gritam eloquentes,

que um país é sua gente,

presente, passado e futuro,

sou poeta renitente,

que nem alegre nem triste,

não se aquieta sobre o muro.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 26/02/2012
Código do texto: T3520956
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