Falta
a solidão aconchega-se
no olhar da saudade
quanta espera ainda haverá
antes que retornes
e de novo os sorrisos desabrochem
e com eles a vida que fizeste nascer em mim?
mesmo que teu olhar
tenha-se fechado na distância
ainda me despem as tuas carícias
ainda há o gosto do teu beijo
acordando os meus lábios
as lembranças indeléveis
percorrem os corredores da memória
enquanto todas as palavras
suspiram doces confissão de entrega
em tua falta deserta o buquê a vida
e o vinho da alegria não degusta
do palato em que bebe o meu prazer
desde que te foste
chamam-me de saudade...
Fernanda Guimarães