Manhã Escura - Homenagem à Pesquisadora do INPE - Ana Zodi
Já faz tempo, ainda me lembro daquela manhã escura.
Foi mamãe quem nos chamou para ver o tal mistério,
Qual foi a nossa surpresa, crianças ainda indefesas
Que pouco estavam entendendo, o Sol brigando com a Lua,
E todos lá no terreiro, as aves para o poleiro,
Logo depois que desceram, oito horas da manhã,
Vão agora retornando!
Os fatos na minha mente, ainda estão vivos em parte.
Da casa, o lado de fora me lembro,
só não me lembro de dentro, os detalhes.
Fora estava nossa mãe, com uns cacos de garrafa
protegendo a nossa vista.
Que bela cena, aquela, segurando seus meninos
ainda pequeninos com os tais cacos na mão,
enfumaçados que eram, apontando a direção!
Só com três horas depois, raios de luz mais intensos,
surgem na escuridão!
Há bem pouco, não podia precisar quando foi isto.
Sabia que aconteceu, pela lembrança que tinha,
só que a data não vinha.
Vinte de maio do ano quarenta e sete, no Triângulo Mineiro,
este fato é verdadeiro, conforme me disse o INPE,
que buscou informações lá num “site” dos “states”,
passando, pra meu deleite, tudo que mais precisava.
Que coisa fenomenal, o eclipse, o Instituto Espacial!
Resgatei uma memória, perdida da minha história,
de uma manhã tão escura!