HÁ OS HOMENS

Os homens possuem verdades
que se contrapõem às minhas
próprias verdades e que mantiveram
em cativeiro
o menino que há dentro de mim.
A este menino estendo a mão e digo:
- Vem comigo!

Os homens possuem crenças
que se contrapõem às minhas
próprias crenças e que impediram
o voo livre das ilusões do poeta.
A este poeta estendo a mão e digo:
- Vem comigo!

Os homens possuem medos
que não são os mesmos medos meus,
mas entrevaram minhas pernas
e acorrentaram meu corpo.
A este corpo estendo a mão e digo:
- Vem comigo!

Os homens possuem tristezas
que não são as mesmas tristezas minhas,
mas constrangeram meu coração à dor e ao abandono
dos enjeitados.
A este coração estendo a mão e digo:
- Vem comigo!

E há os homens
e há o que eu sou.
Assim me diferencio e me reconheço.
Rebelde, liberto-me dos homens em busca
do tempo e do espaço que me levarão
a mim mesmo.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 24/02/2012
Reeditado em 24/07/2014
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