ALGOL
"The Gorgon's head, a ghastly sight,
Deformed and dreadful, and a sign of woe."
(Trecho da "Ilíada", tradução de Bryant).
Há milênios sobre ti pesam vaticínios, augúrios nefastos
Teu nome evoca hórridas imagens, tétricas formas bestiais
Infausta estrela tida como o mais aziago de todos os astros
Irradias luz intermitente, moribundo a esvair-se entre ais.
No zimbório celeste vestido de negro, envolvido em luto
Conhecem-te como o Olho da Medusa, Górgona terrível
Que pelas mãos de Perseu encontrou o fim num insulto
Cortada a cabeça e ela ainda nos mira, angústia indizível!
Os que nascem sob teu auspício nas plagas do setentrião
Marcados seriam pela influência funesta, espectro de dor
Violência, sangue, sofrimento os seus caminhos cruzarão
Inescapável destino que os junge a um futuro aterrador!
Estigma a infundir repulsa e horror, signo de porvir tenebroso
No céu pareces tão bela, mas não ignorem o seu sentido real
Como Medusa, a beleza pode se tornar em aspecto pavoroso
Em algoz a vítima se torna, com o coração petrificado pelo mal!