Infância
Quando a estreita fechadura dos meus olhos
vislumbrou o mundo ele parecia feito
de luzes doces e abraços, por que
na minha primeira infância um casal
me adotou como uma espécie de neto,
e me amavam por isso.
Depois, os anos de violência somaram
cicatrizes no meu corpo,
e coragem na minha mente,
e eu desenhava como Michelângelo,
mas não tinha coragem de espalhar minha voz
como um Martin Luther King Jr.
Eu estava condenado, exceto quando estava livre,
através das frases dos livros
emprestados da biblioteca pública.
Na minha escola havia uma bibliotecária idosa
que acreditava que eu era um pequeno
Gênio.
Eu a ajudava a arrumar as prateleiras,
porque eu não queria voltar à minha casa,
mas ela pensava que eu era trabalhador
e heróico.