Foco
Muito pouco da poesia que escrevo
Tem a ver comigo, digo com meu eu
A não ser pelos versos que descrevo
Em suas formas que da alma decorreu
Prefiro encontrar no mundo o objeto
Do fervor poético e em letras moldar
Alguma ideia, perspectiva, o subjeto
Concreto e intangível nas frases bordar
Não sou do tipo poético apoplético e mesquinho
Que busca no próprio brilho o outro ofuscar
Sou do tipo aprendiz que busca em um moinho
Um som e um cantinho, a beleza de versejar
Prefiro que meus versos toquem um coração
Ou pela sua indagação leve alguém a pensar
Ou quem sabe cantar, ou voar ou até a emoção
De um amor ou desilusão, me interessa poetizar...
...Jamais me colocar em evidência.