ALMA E ESCURIDÃO

ALMA E ESCURIDÃO

Pobre daquele que traz em sua alma a escuridão do Outro:

Far-se-á escuridão em seus dias,

E suas noites serão eternas.

O Outro é candeeiro em estradas sombrias,

É farol a iluminar canções tardias,

É colo ‘caliente’ a embalar.

O Outro é aquele que doa a mim, meu próprio eu:

É o Verbo, a palavra;

O limite, a concisão:

Meu sim e meu não;

Minha aridez, minha confirmação!

É aquele que me permite ‘ser’

e me constitui humano.

Sem o Outro, sou insano:

Um morto que caminha sem direção!

Pobre da alma que não traz em si a luz do Outro.