AO MEU FILHO

Eu te olho, meu filho
e nada te projeto.

Não te quero fazer futuro,
apenas te ver como és.

Não quero impor-me como exemplo,
apenas ser teu companheiro.

Não quero enxugar tuas lágrimas,
mas chorar contigo.

Não quero te pedir que me faças feliz.
apenas sorrir de felicidade
por saber que tu existes.

Não quero te levar pelas estradas,
apenas deixar que o meu afeto
te acompanhe no teu caminho.

Quero te dar permissão
para que tu escolhas a ti mesmo
como não pudeste escolher a mim.

No fundo de minha alma, no entanto,
palpita um desejo incontido de que te permitas
à Poesia.
Não como eu, que dela precisei,
mas na forma de uma outra dimensão
do teu ser,
como a transcendência de tua alma,
de teu espírito,
de teu corpo.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 23/02/2012
Reeditado em 24/07/2014
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