TRINTA E NOVE GRAUS
Carnaval em apogeu...
Delírio dos felizes a dançar pela folia.
Corpos suados misturando confete e serpentina...
Calor para não esquecer jamais, no sorriso de uma menina.
Mas ela me chega calada...
Fantasia na mão, andando, bailando como Alerquim.
Girando torto, como a descer alguns degraus...
Transpirando com febre de trinta e nove graus.
A alegria de um povo é um diamante verde e rosa...
Que chega, acontece e não importa o que o seu brilho cala.
Joia mais que bonita...
Que atirada ao rosto, fere tanto quanto uma navalha!
E aqueles desfiles maravilhosos do carnaval na Sapucaí,
Passando perto da janela, salpicando estrela na imaginação...!
Eu... De terno branco, chapéu, flor na lapela,
De antibiótico e um termômetro na mão.
Carnaval é assim mesmo:
Uns choram; outros riem!
Pierrô e Arlequins vivem cantando...
Por causa de Colombinas, sempre acabam chorando.
Foram embora os blocos por ai...
A poeira no chão já assentou.
Os olhos daquela menina voltam à vida diante de meu sorriso,
Porque o pior já passou.
A vida parece vitrine:
Tantos risos, tantas alegrias...
E nela tudo pode acontecer
Deixei meu carnaval de lado para aprender...
O amor que tenho faz de ti um verso delicado.
Um afagar de sensações em meio a esse rodopiado...
Outro bloco vai passar, o carnaval vai se acabar...
Mas estarei sempre ao seu lado!