Desprometo

Prometo não mais falar
Das mazelas de meu país
De não falar da fome,
Dos desmandos, das corrupções
Que fazem desta nação
Um covil de ladrões.

Prometo não falar das mazelas sociais,
Das crianças abandonadas
Que vivem pelas ruas,
Que vivem pelas calçadas,
Sem direito a nada
Apenas, de serem maltratas.

Prometo não falar da destruição
Que o homem faz a natureza,
Destruindo seu habitat
Desfigurando toda beleza
Matando-se pouco a pouco
Secando a fonte a vida.
Numa desenfreada medida.

Mas, como prometer tanto!?
Omitir deixar que os prantos
Daqueles que não podem falar!?
Como não ser a voz
Daqueles que já perderam;
Daqueles que emudeceram!?

Sonhar não custa nada,
Como também nada custa
Se indignar, usando as arma que se tem.
As palavras não podem calar-se,
Quando as vozes se unem
Produzem um forte eco
Que pode transformar
Uma realidade que teima em não mudar.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 18/01/2007
Código do texto: T351342