PROCISSÃO
na cama Deitado
sem conseguir dormir,
a lua sem pedir licença
penetrando no meu quarto,
me fazia companhia.
No silencio da noite
na pálida luz do luar
viajei ao meu inconsciente.
Se fez pouca luz
na escuridão do cérebro,
vultos passavam
formando uma procissão.
O cortejo fúnebre
carregava os esquifes
dos sonhos e esperanças
mortas, prematuramente,
sem chance de viver,
viver a alegria da vida
da vida escolhida.
Passou chorando o amor
amparado pelas lembranças
e a saudade que era só dor.
Ao lado, mágoa e desilusão,
tristes enxugavam as lágrimas.
A angústia ali estava presente
se encarregando de tudo.
Longe comemorando vitória,
fantasmas do ontem e do hoje
sem dar importância a dor,
a minha dor,
ria das lágrimas
que afloravam dos olhos
escorrendo pelo meu rosto.
Marcus Catão