...e Depois?
Um dia vou nascer
em outro mundo.
Como aprendi amar este mundo
vou saber amar meu novo mundo.
Aqui eu sonho,
lá sonharei.
Aqui eu luto,
lá lutarei.
(...estarão, aqui, de luto...)
Aqui eu trabalho,
lá trabalharei.
Aqui eu amo,
lá eu amarei
um novo amor.
Quem sabe não farei melhor
do que fiz aqui?!
Não sei se será
mais fácil ou mais difícil.
Esquecido do mundo daqui,
saberei ser lá.
Se não for,
não será.
Não sei agora.
Poderei saber depois.
É só esperar
a esperança acontecer.
Se Céu, saberei ser.
Se Inferno, saberei ser.
Se algum outro,
não sei
(serei feliz sabendo ser)
Sei, se for, saberei ser.
Se algum outro,
não sei.
Senão,
não serei.
É só esque ‘SER’.
PS: Um abraço meu filho!
Você é o motivo de eu chegar
Onde eu cheguei; de vencer
o quê venci.
Saúde, paz felicidade, conquista
e Luz, sempre.
Beijo,
Leonardo Lisbôa.
L.L. Bcena, 16/07/2011
POEMA 554 - CADERNO: POEMAS AZUIS*
*Dedicado ao meu filho, Phill.
AZUL
Uma vanessa tropical travou na campânula
de uma ipoméia
o vôo oscilatório e helicoidal.
Dobra o quimono de franjas sinuosas,
marchetado e hachureado
com minérios de cobre:
aréolas, anéis, jóias concêntricas,
olhos de íris elétrica e de pupila enorme,
ocelos de um leque de pavão.
Sinto o perfume da flor nova,
com mais dois estames, buliçosos,
e quatro pétalas, de um esmalte raro,
molhadas nas tintas de céus fundos,
e cromadas com faiança das lagoas...
João Guimarães Rosa – in: MAGMA
PS- Phill,
observe que no corpo do poema não aparece o vocábulo 'AZUL', mas o poeta nos arremete a variedade de substantivos azuis e daí o título do texto (coisas de poetas, sobretudo do grande J.G.R).
Leonardo Lisbôa.