A pequena morte.

Vem além da ilusão que te fere

A presença da dor mais exata,

Pois a carne pungida prefere

O estupor sem medida da falta.

Crê na paz que o silêncio sugere

Traz na pele esta fome insensata

Sinta mais que o prazer que pondere

Seja o breve temor que te assalta.

Quando tudo, por fim, for sereno

E esta sede ganhar outro prumo

Este mundo será vão, pequeno,

Que dois corpos serão seu resumo

E uma taça com doce veneno

A brindar a leveza do fumo.