Barquinhos de papel.

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Qual o tamanho da tua liberdade? De quanto aço foi feita a tua espada?

Para onde foi o pôr-do-sol que estava aqui?

Porque dentro há abraços,

porque dentro há refrigérios;

as dimensões te asseguram de cura.

Qual o tamanho do teu perdão? De quantas extinções é feita uma existência?

Dentro do teu afago, os braços de uma deusa,

os quatro cantos da casa vazia, os pais abonando deslizes,

os pais abandonando suas crias

como gatos amarelos a comer filhotes.

De quanta proteção se pretende uma capa?

Com quanta hipocrisia se constrói uma história?

E a noite do absurdo, da urina de criança,

com quantas trancas se faz o Império de um Barba Azul?

Para Dentro, o espaço elástico da alma equilibrista,

o supremo destino dos animais sacrificados.

"Não é o mais forte que sobrevive."

A dor de umbigo, umbilical - da partida.

No mar, barquinhos de papel...

De quantas nuvens se faz um desenho?

De quantos dedos um adeus?

De quanta chuva a reserva?

De quantas cores um desenho?

De quantos azuis e vermelhos, a outra?

De quantas mãos, quantos grãos, nãos, sins, de quantos

desertos se faz com areia um castelo?

Patricia Porto

Patricia_Porto
Enviado por Patricia_Porto em 20/02/2012
Código do texto: T3510368
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