SOZINHOS NÃO SOMOS NADA
Um serrote metido e arrogante
Exibido, ao martelo se gabava
De ser ali o mais importante
Que de ninguém ele precisava.
Serro toda a madeira sozinho
Sou o mais forte e poderoso
O martelo quieto coitadinho
Escutava a tudo silencioso.
Pensava, só consigo é bater
Na cabeça do coitado prego
Mas é o que posso fazer
Não sou importante e não nego.
A chave de fenda lá pensando
Sem se atrever a balbuciar
Vivo como louca e rodando
Para o parafuso apertar.
A régua quieta lá no fundinho
Também não quis se manifestar
Apenas marco o caminho
Onde o senhor lápis irá passar.
Eis que entra o seu João
Para mais um dia de jornada
Reúne seu material e deixa a mão
Para não esquecer de nada.
Numa maleta que vai transportar
As ferramentas para trabalhar
Coloca todas juntas sem separar
Pois de todas ele vai precisar.