Eu, tóxico




Não compre meus sonhos.

Não me toque, não seja eu.
Estou apenas procurando,
e todos procuram alguma coisa.
Mas não sou uma solução,
não sou a ressurreição.
Pode me ver brilhar, 
mas sou apenas uma ilusão 
um holofote,
um arremedo de constelação.

Sou apenas uma distração,
numa noite de celebração.
E quando me sintir mal?
Você será a exceção?

O que me faz sentir dores,
algumas ainda a serem lançadas,
é  o coração alheio.
A hipertransposição.
E só você poderá me ver
indo embora, sem coração.



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A foto acima foi tirada no backstage do desfile de Samuel Cirnansck. Coleção inverno 12.
EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 20/02/2012
Reeditado em 20/02/2012
Código do texto: T3509827
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