Do menino que fui
o silêncio do meu olhar quase pidão,
ecoava nas prateleiras das vitrines,
é verdade! Fui além das minhas forças,
mas aquém dos meus sonhos
às vezes me encontrava na sarjeta
como um cão que deixou a carniça,
balançava a cabeça, as lágrimas caiam,
mas não chegavam ao árduo chão
o querer me traia, de quando em vez,
me levava a expor minhas angústias,
amarguras abstratas de retas obtusas
por onde eu caminhava e, lá, seguia
das noites frias e in_dormidas
não trago o sono da juventude,
mas das lamúrias que frutificaram
trago a franqueza do meu menino