Do menino que fui

o silêncio do meu olhar quase pidão,

ecoava nas prateleiras das vitrines,

é verdade! Fui além das minhas forças,

mas aquém dos meus sonhos

às vezes me encontrava na sarjeta

como um cão que deixou a carniça,

balançava a cabeça, as lágrimas caiam,

mas não chegavam ao árduo chão

o querer me traia, de quando em vez,

me levava a expor minhas angústias,

amarguras abstratas de retas obtusas

por onde eu caminhava e, lá, seguia

das noites frias e in_dormidas

não trago o sono da juventude,

mas das lamúrias que frutificaram

trago a franqueza do meu menino

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 18/01/2007
Código do texto: T350946
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.